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O valor da joia feita à mão no meio digital

No artesanal, cada peça nasce como uma peça única, com sentimento e histórias, forjada com ferramentas simples e tradicionais. Bárbara Maciel, fundadora do Maciel Ateliê, destaca o processo realizado no ateliê e diferenciação dos acabamentos e moldes 3D.

“Todas as criações são forjadas à mão, sem moldes. Uma a uma, saem do metal derretido na lingoteira, passando pelo laminador manual, e todo formato e design é feito através do martelo, limas e lixas. O processo é todo manual e remete a uma prática que atravessa mais de dois mil e quinhentos anos”, explica.

A diferença entre o acabamento manual e o uso de moldes em 3D é importante. “O molde em 3D é feito no computador e impresso, dele é retirado uma matriz que é capaz de produzir diversas peças iguais”, explica Bárbara. Enquanto o mercado tradicional, gera cópias a partir de diversos moldes. No ateliê, as joias “nascem sem forma e vão sendo esculpidas aos poucos, uma por uma, em um processo completamente único e individual.”

Esse cuidado exige tempo e dedicação. “Modelos mais simples podem demorar cerca de quatro horas, já peças mais elaboradas podem durar dias”, conta. O tempo mais longo de produção chegou a dois dias, reforçando a dedicação do preparo e finalização nas peças.

Reconhecer uma criação que foi feita à mão, não é uma tarefa fácil. “Muitas joalherias se apropriaram do nome e, por conta do acabamento ser manual, dizem que a joia foi feita à mão”, comenta. Segundo Bárbara, o ideal é “buscar artesãos locais, entender o processo e visitar o ateliê sempre que possível”, para garantir a certeza do processo artesanal nas peças artesanais.

E com isso, é necessário entender o tempo de execução e finalização do artesão. “As peças demandam muito mais tempo e alguns resultados também não são viáveis”, diz. Criar em grande volume e finalizá-lo à mão, torna-se algo impossível, pois cada peça tem um processo de acabamento.

Além disso, Bárbara Maciel trás uma visão do mercado atual que abordam o artesanal. “Sinto que falta transparência das joalherias, e conhecimento dos próprios clientes”, afirma. Em suas redes sociais, os comentários de seus seguidores sobre o assunto, são os mesmos.

Isso mostra que o artesanal trás algo além da estética. “Colocar um processo completamente manual no meio desse grupo, acaba tirando o diferencial real de um processo completamente único e milenar”, completa. Escolher uma joia feita à mão é valorizar o trabalho de quem dedica seu tempo, transformando metal bruto em arte, trazendo sentimento, história e muita dedicação.

 

Fonte: Revista PEGN