Entenda o que é necessário considerar antes de fazer isso
Ao contrário do que muita gente pode imaginar, não basta gostar de determinada atividade ou ter facilidade para desempenhá-la. Isso não é garantia de sucesso de um empreendimento. Antes de transformar um hobby em negócio é fundamental pensar no assunto como um… negócio. “Um hobby está associado a algo pelo qual se tem paixão, prazer, ambos fatores importantes para se considerar ao montar um empreendimento. Afinal, o empreendedor vai passar a maior parte do seu dia, quem sabe, da sua vida, ligado a ele. Mas isso não é suficiente. O foco deve ser o consumidor, e não somente a ligação da pessoa com aquela atividade”, explica Luiz Fernando Gomes Pinto, coordenador dos cursos de graduação em Marketing e Gestão Comercial do Senac EAD.
O especialista ilustra com um exemplo: imagine uma pessoa que tenha como hobby criar seus próprios vestidos. Amigas mais próximas podem se interessar e, então, ela decide montar um ateliê de costura para confeccionar peças sob medida. “Nesse caso, o design do vestido, o tecido, os detalhes, tudo deverá atender ao gosto das consumidoras e não da empreendedora”, reforça Pinto.
É interessante, ainda, refletir sobre o hobby em si. Em geral, ele está associado a prazer e relaxamento, por isso, quem pretende fazer dele um negócio precisa realizar uma autoanálise para definir se a atividade que pratica em momentos de lazer pode se tornar seu meio de vida.
“Pode ser bem diferente ter de fazer algo como um compromisso versus fazer algo por distração, nos momentos em que escolhe se dedicar a ele. Para o trabalho trazer significado, realização e propósito, mas também renda – inclusive para substituir outras atividades remuneradas preexistentes – é necessário um bom planejamento, muita dedicação e resiliência”, afirma José Carlos de Souza Filho, professor da FIA Business School.
Mais uma questão para quem pensa em transformar um hobby em negócio levar em conta: o futuro empreendedor tem conhecimento sobre as atividades de todas as áreas que envolvem uma empresa? Ou sabe “apenas” executar aquele hobby? Dependendo do conhecimento exigido, vale a pena avaliar a possibilidade de contratar um especialista ou até convidar um sócio para fazer parte do empreendimento. “Aliás, essa última opção é importante quando se precisa de experiência estratégica, chave para o sucesso de qualquer negócio”, pondera o coordenador do Senac EAD.