Search
Close this search box.

Artesanato em renda filé de Jaguaribe recebe indicação geográfica

É a quinta IG do estado. Ao todo, Brasil acumula 122 registros

 

As peças artesanais em renda filé de Jaguaribe, no interior do Ceará, receberam o reconhecimento de Indicação Geográfica brasileira nesta semana. É o 122º registro concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) no país – sendo 93 por Indicações de Procedência e 29 por Denominação de Origem.

Esta é a quinta IG cearense. Além das peças em renda filé, o estado também tem registro do algodão agroecológico do Inhamuns, do camarão marinho produzido em cativeiro na região da Costa Negra, das redes de Jaguaruana, e da cachaça de Viçosa do Ceará. Segundo Maíra Fontenele Santana, coordenadora de Inovação Territorial do Sebrae Nacional, as IG fortalecem a exposição no mercado nacional e internacional.

“As peças estão em artigos de vestuário, cama, mesa e banho, mas também nas passarelas de moda e nos figurinos de novelas e filmes. Obter esse reconhecimento é um atestado de qualidade e sustentabilidade do produto”, diz Santana.

Rendas que geram renda

O município de Jaguaribe concentra a produção de peças artesanais em renda filé, conhecida pela qualidade, beleza e durabilidade. A técnica de produção começou nas redes de pesca, mas passou para um bordado sobre uma rede de fios de algodão. Ainda é comum ver famílias inteiras sentadas nas calçadas das casas dividindo uma tela entre si para produzir peças.

As linhas usadas na confecção das peças podem ter, no máximo, 15% de poliéster. Depois da confecção da malha base ser bem esticada, é feita a marcação do bordado e o preenchimento com pontos e cores elaborados pelos artesãos.

O acabamento é realizado mergulhando a peça em uma solução de cola branca ou um “grude”, à base de amido de milho ou fécula de mandioca. Após retirar o excesso de grude da peça, ela é colocada para secar em local limpo e seco, sob temperatura ambiente.

Indicações Geográficas

As Indicações Geográficas (IGs) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas agregam valor ao produto e ajudam a proteger a região produtora. O sistema de Indicações Geográficas promove os produtos e a herança histórico-cultural intransferível das IGs.

Essa herança abrange vários aspectos relevantes, como área de produção definida, tipicidade, autenticidade de desenvolvimento dos produtos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada.

 

Fonte: Revista PEGN