“Não podemos sair adotando tecnologia só porque virou hype”, declarou Tânia Cosentino, presidente da Microsoft no Brasil, durante um painel no Cubo Conecta 2024. A conversa, que aconteceu nesta semana com o CTO do Itaú, Fabio Napoli, girou em torno das inovações que impactaram a sociedade e em como adotar uma mentalidade inovadora nos negócios.
No maior cargo da gigante de tecnologia no país desde 2019 – Cosentino revelou que o convite para a vaga veio pelo LinkedIn –, a executiva acompanha um momento de transformação na empresa com a chegada da IA generativa.
Durante o painel, Cosentino opinou sobre a cultura de inovação e a adoção de tecnologia pelas empresas. As dicas você confere a seguir:
A executiva pontuou que o nosso maior inimigo pode ser nós mesmos quando nos apaixonamos mais pelo produto que vendemos do que pelo cliente e os problemas que ele precisa resolver. Cosentino comentou que a chegada de Satya Nadella para o cargo de CEO da Microsoft, em 2014, mexeu com as estruturas da companhia e trouxe mais agilidade ao negócio.
“Ele mudou a mentalidade da empresa para se tornar relevante hoje e nos próximos 50 anos. Mudou a cultura para continuar inovando para gerar impacto, colocando o humano no centro, mas com abertura para aprender, tomar riscos e não ter medo de falhar”, contou.
A tecnologia deve ser um parceiro de negócio
Cosentino afirmou que, apesar da digitalização vivida nos últimos anos, alguns setores ainda não fizeram a transição para colocar a tecnologia na base do negócio. Segundo ela, aquelas que seguirem enxergando a inovação como custo e não como parceira de negócio vão ficar para trás.
“Deixar a área de TI do lado de fora da estratégia, deixar a inovação apenas para o time de inovação, são atitudes que significam que sua empresa vai ter problemas. A tecnologia precisa permear o negócio”, declarou.
Ela ainda afirmou que a adoção rápida de tecnologia nos últimos anos aconteceu porque a nuvem democratizou o acesso. Cosentino destacou a IA generativa como exemplo, pontuando que hoje qualquer empresa, de qualquer tamanho, pode usar os grandes modelos de linguagem (LLM) mais potentes.
“Não estamos aqui pra fazer feira de ciências”
A executiva ressaltou que, apesar da importância da experimentação, é preciso entender como aplicar a tecnologia no seu negócio, os melhores casos de uso e a relevância para o ser humano.
Ela trouxe o exemplo do metaverso, que entrou no hype há alguns anos, com vendas de terreno e reuniões feitas com avatares em ambiente virtual, mas não foi para a frente. “A abertura para a experimentação deve existir, mas a tecnologia está ali para servir ao negócio, com o humano no centro”, reforçou.
É preciso estar pronto para adotar a tecnologia
A executiva acredita que não basta querer usar tecnologia, é essencial estar maduro o suficiente para entendê-la e adotá-la. Para isso, a dica é estar atento ao que é lançado para saber o que pode potencializar o seu negócio.
Saiba qual problema você precisa resolver e qual é o retorno que esse investimento em tecnologia trará. Em alguns casos, será financeiro, mas em outros pode ser a melhora no atendimento ao cliente ou até a redução de taxa de rotatividade.
Tenha clareza do problema que quer resolver para buscar a tecnologia mais adequada e, então, experimente, porque a espera pode criar gaps competitivos difíceis de diminuir.
“Não podemos sair adotando tecnologia só porque virou hype. É necessário entender as necessidades do negócio para escolher a correta. Senão começa uma moda, como LLM, que não é a solução de todos os problemas”, declarou.
Fonte: Revista PEGN