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Este empreendedor não queria abrir franquias e hoje fatura R$ 20 milhões com elas

O ano era 2019 quando Nicholas Acquaviva criou a The Good Cop Donuts. A rede conhecida por fazer donuts inspirados na série de animação “Os Simpsons” conquista cada vez mais popularidade, além de um faturamento milionário.

O crescimento do negócio foi aumentando ano após ano. Em 2022, a companhia tinha 35 unidades de franquia e um lucro de R$ 20 milhões.

O CEO e fundador da companhia decidiu trazer o produto para o Brasil quando o doce americano era tendência apenas nos Estados Unidos (EUA), apostando na ideia de que os donuts ainda tinham um mercado para crescer no país.

Contudo, em entrevista ao Money Times, Acquaviva deixou claro que a sua história no empreendedorismo começou bem antes. Além disso, o Nubank (NUBR33) foi a única empresa a ter o executivo no quadro de funcionários.

Primeiro e único emprego

Desde pequeno, Acquaviva sempre teve vontade de empreender. O executivo destaca que nunca se viu em empresas onde tivesse a obrigação de responder a alguém e cumprir horários exatos.

“Claro que, mesmo assim, sempre prestei entrevistas para vagas. Até porque, a faculdade pedia, então eu tive que ter esse meu primeiro emprego – que poderia ter sido um estágio, mas no meu caso, foi CLT”.

O primeiro e único emprego com carteira assinada de Nicholas foi exercendo a função de customer experience (experiência do cliente) no Nubank, quando o banco ainda era uma startup em desenvolvimento. “Era um atendimento com um nome mais bonito”, diz.

Acquaviva explica que permeou diferentes vertentes enquanto exercia a função, e que precisou entender de todas as áreas um pouco. No começo, ele foi da telefonia para o chat, até atendimentos nas mídias sociais. Basicamente, o executivo era responsável por toda a experiência de jornada do cliente.

Indo na contramão do que é a regra, hoje, como empreendedor, Acquaviva evidencia que não se arrepende de sua jornada no Nubank. Pelo contrário, ele avalia a companhia como “uma baita escola”.

“Eu peguei lá no comecinho, porque era uma startup realmente em desenvolvimento. E eu aprendi de tudo. Desde o atendimento até a área de mídias sociais e marketing, que é a minha formação mesmo. Então, foi uma baita escola pra mim”.

Começo

Nicholas veio de uma família formada por artistas e empreendedores. Enquanto o pai estava incluso no entretenimento, trabalhando com eventos e shows, a mãe era fotógrafa. Os irmãos de Acquaviva também herdaram a veia artística. O irmão é formado em cinema, já a irmã participa de musicais e cursa jornalismo.

Acquaviva ficou no cargo do Nubank por pouco menos de um ano, mas simultaneamente a isso, ele já administrava o seu primeiro negócio, a hamburgueria Stunt Burguer, ao lado do pai e do irmão, que eram os seus sócios.

Após se formar na faculdade de publicidade, o executivo precisou abrir mão de alguma carreira, para conseguir se dedicar à outra. Acquaviva contou com o apoio do banco na decisão de deixar o emprego e ir tocar o próprio negócio.

“A hamburgueria deu muito certo, foi um ‘boom’ muito grande. Foi uma hamburgueria de bairro, mas que acabou ganhando um nome muito forte, principalmente no meio do hambúrguer, com patrocínios grandes tipo Coca-Cola e Hellmanns“.

Cinco anos depois disso, Nicholas teve a oportunidade de abrir um novo negócio, onde ele viria a ser o sócio 100%.

The Good Cop

Reforçando o empreendedorismo hereditário, Nicholas mencionou que quando foi abrir a The Good Cop, já tinha um ponto para a nova empresa. “Na verdade, não tinha, porque não era nosso, mas era um ponto que a família alugava há mais de 30 anos”.

O executivo destacou que aquele endereço já havia sido uma loja de roupas do pai, que, inclusive, era uma rede de franquia nos anos 80. Após isso, o ponto também foi uma loja de roupas da avó de Nicholas que, segundo ele, até hoje tem uma parte ali.

E não para por aí. O empresário também menciona que, em determinado momento, o tio havia tentado fazer várias coisas no local, entre elas, uma lojinha de bolos.

“Estava muito propício porque já tinha o imóvel ali. De uma loja de bolos, pra uma loja de donuts, não requer muito investimento. Então, foi muito tranquilo também, já tínhamos a cozinha e ai eu falei ‘vou arriscar, vou abrir essa loja”.

Franquias

Inicialmente, o CEO da The Good Cop não queria abrir franquias. Apesar disso, ele tinha, organicamente, uma demanda com mais de 100 lides. O sucesso da marca teve e ainda tem muito peso nas redes sociais, onde as pessoas pediam e pedem para que mais franquias sejam abertas.

O executivo explica que a empresa sempre teve um buss muito grande dentro da internet, e isso começou a atingir outras pessoas da cidade e do país. “Desde o dia zero, as pessoas ficavam ‘tem que franquiar”.

Os receios de Nicholas em torno de franquear a sua empresa giravam em torno da perda de qualidade. Segundo o jovem empresário, existia o “medo de crescer”.

“Mas aí, quando veio a pandemia, a gente deu um baita de um jump só no delivery. A gente começou a faturar 3x mais do que faturava com a loja e delivery abertos”.

Acquaviva explicou que, com o dinheiro entrando e sem a menor noção de quando as coisas iam voltar ao normal, ele não conseguia abrir outras lojas ou fazer investimentos em produtos novos. Foi neste momento, então, que o empresário bateu o martelo e decidiu acolher os pedidos de tantas pessoas.

Na época, o executivo diz que pensou que aquele era o momento certo, uma vez que ele tinha o dinheiro – considerando que esses projetos não são baratos -, tinha o tempo e também tinha a demanda.

Nicholas optou por contratar uma consultoria, porque na visão dele, se fosse pra entrar no franchising, que fosse pra fazer algo bem-feito. “Eu contratei a Cherto Consultoria, que hoje é a maior ou uma das maiores consultorias de franquias no Brasil. Depois de um projeto de mais ou menos um ano, eu comecei a vender as franquias”.

Assalariado ou empreendedor?

Nicholas sinaliza que a vida de um empreendedor é muito difícil e que, às vezes, as pessoas acabam acreditando em uma ilusão.

“No meu caso, hoje, sendo CEO de uma rede com quase 40 lojas, pra mim, acaba sendo mais lucrativo. Mas talvez, se eu tivesse ficado no Nubank e feito carreira de quase 10 anos, vai saber se eu estaria ganhando mais”.

Nesse sentido, o executivo também destacou que, mesmo prestando contas para outras pessoas, sempre via aquilo como se fosse dele. “E é o que eu peço dos meus funcionários, dentro do possível, para verem o negócio como se fossem deles”.

E completa dizendo que o mesmo espírito empreendedor que ele direciona à sua empresa, ele também direcionava ao Nubank, “até por ser uma empresa muito aberta, que sempre deu abertura para os funcionários criarem, inovarem e ‘empreenderem’ lá dentro, seja no atendimento ou nas ideias criativas”.

Fonte: Moneytimes