Um dos caminhos para a retomada do desenvolvimento econômico e para a reindustrialização do Brasil é o de criar as chamadas deep techs, startups que desenvolvem novas tecnologias por meio de pesquisas e testes aprofundados em áreas como matemática, física, engenharia e biologia, por exemplo. Em 2022, por meio da jornada de aceleração Catalisa ICT do Sebrae e parceiros, foram estruturados 270 planos de inovação que já se transformaram em 100 empresas de base tecnológica e 80 startups do setor industrial.
No universo dessas 80 startups do setor industrial estão negócios ligados a 10 áreas de atuação, sendo que as de agropecuária/aquicultura e as de saúde e serviços médicos hospitalares foram as que mais tiveram empresas criadas: cada uma com 19 negócios. No segmento de fármacos e cosméticos foram 13, na indústria química e novos materiais, 8 e na indústria de petróleo, gás e energia, 6. As outras áreas de atuação são sustentabilidade socioambiental e florestal, indústria de alimentos e bebidas, equipamentos para processos industriais, indústria da construção e tecnologia de informação e comunicação.
A empresa VESTIBEM é um exemplo de empreendimento que atua na cadeia da indústria têxtil e moda, mais especificamente com empresas de confecções, a partir do fornecimento de uma ferramenta mais inclusiva e de fácil uso para o processo de construção de moldes de vestuário utilizando medidas corporais variáveis. O trabalho é desenvolvido a partir de um software, e busca satisfazer as necessidades dos indivíduos e suas particularidades físicas. A startup é uma das participantes do Catalisa ICT, e, segundo a equipe, a jornada tem ajudado no desenvolvimento da ideia que aos poucos se mostra como negócio.
“Atualmente estamos em um momento bastante interessante e desafiador, pois possuímos conhecimentos necessários para fortalecer a ideia e estamos otimizando a ferramenta, na intenção de nos tornarmos um vetor para a inclusão. Esse processo de amadurecimento é resultado dos acompanhamentos que o Catalisa ICT proporciona com sua equipe multiprofissional e competente, e validado por atores de impacto no que diz respeito à experiência de mercado e conhecimento específico relacionado às ciências e tecnologias. Também destacamos a oportunidade do financiamento como um fator decisivo no desenvolvimento da nossa ideia, já que viabiliza uma maior dedicação da equipe ao novo negócio”, afirma o grupo VESTIBEM.
Outra startup que obteve maior empenho de seus colaboradores a partir do investimento do projeto foi a Polimex Bioplásticos, empresa que produz uma resina 100% biodegradável e compostável para produção de plásticos de uso único e outros produtos da matéria-prima. “Nós conseguimos dedicação exclusiva da equipe. Remuneramos e, algumas vezes, completamos o salário dos funcionários com as bolsas de estímulo à inovação do Catalisa ICT. Com isso, pudemos avançar em vários aspectos de todos os setores principais da startup: comercial, executivo, gestão de pessoas, pesquisa”, comenta Luan Campos, fundador e CEO da Polimex.
Ao contrário da VESTIBEM, a Polimex já era uma empresa consolidada quando recebeu o apoio do Catalisa ICT. Por isso, a iniciativa serviu como um validador das metodologias e ferramentas já implementadas pela equipe na rotina de trabalho. “Foi muito interessante porque nós reconhecemos o que estávamos fazendo certo. O Catalisa ICT proporcionou que nós voltássemos atrás para ver todas as etapas que já cumprimos, desde 2018 até hoje”, completa Campos.
De acordo com o gerente de inovação do Sebrae, Paulo Renato, a jornada do Catalisa ICT inicia-se a partir de desafios da sociedade e tendências do mercado.
“Essa jornada tem um fluxo de aceleração de startups industriais de alta tecnologia, que vai desde a identificação de tendências do mercado e dos desafios da sociedade, passando pela conexão com pesquisas e tecnologias, pelo apoio de protótipos e teste até os estímulos de vendas e lançamento da startup industrial”.
Fonte: Agência Sebrae