“Como fazer com que o hábito de ajudar causas sociais esteja mais presente na vida dos nossos amigos?”. Foi para dar uma resposta prática a esse questionamento que Rafael Rodeiro, João Moraes e Carlos Menezes fundaram a Ribon, em 2017. A startup, que acaba de anunciar um aporte de US$ 3,5 milhões liderado pela Valor Capital, tem o objetivo de democratizar doações.
Desde a fundação, mais de 318 mil pessoas já doaram por meio da plataforma, que captou mais de R$ 950 mil para transformar 218.582 vidas até o momento. De acordo com Rafael Rodeiro, CEO e cofundador da Ribon, em entrevista ao Startupi, o plano dos jovens, ao fundar a empresa, era criar uma forma inovadora de trazer Millenials e Geração Z para o protagonismo de mudanças sociais por meio da doação. “As formas [tradicionais] de captar recursos são boas, mas poderiam melhorar. Nós queríamos dar um passo além da pessoa do coletinho amarelo na rua ou do boleto que chega pelos Correios”, afirma.
E o modelo de negócios da startup, de fato, é diferente. A proposta é que a empresa aumente o valor doado por um promotor e, a partir do valor coletado a mais, receber uma pequena porcentagem. Funciona assim: uma pessoa entra na plataforma e cria um pool de doação para um determinado projeto social. A partir daí, a Ribon encontra pessoas para doarem valores dentro desse pool e, do extra arrecadado, a startup fica com um percentual. “Se você doa, seja R$ 20 ou R$ 20 mil, a Ribon consegue trazer mais pessoas pra doarem junto com você. Não precisa de baile de gala, jantar beneficente, não precisa ligar pra ninguém”, diz o fundador. Com o modelo, a startup aumenta, em média de 60% a 100% o valor inicialmente doado.
Os projetos ajudados pela plataforma são diversos: há doações para causas ambientais, de animais, educação e saúde, entre outros. Por seu modelo inovador, a empresa chamou a atenção da fundação do fundador da Microsoft: em 2021, a Ribon foi considerada uma das soluções mais criativas e inovadoras do mundo pela Fundação Bill & Melinda Gates. A startup foi a única iniciativa de língua não-inglesa a figurar no concorrido top 10 da Fundação.
Para os fundadores, chegar ao topo do ranking foi a confirmação de que a empresa criou, de fato, inovação de impacto.”Foi fantástico o reconhecimento, a gente realmente estava lutando pra criar algo único. Depois de várias evoluções e melhorias, a gente criou algo que não existe. Uma inovação com um modelo criado do zero, vinda do Brasil para o mundo é raro”, diz Rafael.
Com o investimento recém recebido, a Ribon investirá em Web3. O protocolo em blockchain a ser lançado transforma a empresa em uma DAO (sigla para organização autônoma descentralizada). Assim, a empresa terá 100 milhões de tokens na rede da criptomoeda Ethereum e os detentores desses tokens serão, de fato, sócios da empresa, transformando os processos de governança e poder de decisão da empresa.
Fonte: Startupi